Josias: Mensagens mostram que Cid foi submetido a cercos da PF e Bolsonaro
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Os diálogos entre Mauro Cid e Jair Bolsonaro (PL) revelam que o ex-ajudante de ordens tinha seus passos observados tanto pela Polícia Federal como pelo ex-presidente, avaliou o colunista Josias de Souza na edição de hoje do UOL News.
A PF encontrou no telefone celular de Cid os registros de diálogos entre ele e Bolsonaro entre dezembro de 2022 e maio de 2023, quando o tenente-coronel foi alvo de prisão. O UOL teve acesso exclusivo ao conteúdo do celular de Cid.
Cid já está comprometido, assim como todos os seus ex-amigos. Ele está travando uma luta para ver se obtém um prêmio maior do que a Justiça parece disposta a lhe conceder.
Do ponto de vista judicial, todas essas mensagens têm pouca serventia. O que a procuradoria e a PF julgaram úteis já estão nos autos. Do ponto de vista historiográfico, essas mensagens têm valor inestimável. Elas exibem as entranhas de uma presidência tóxica como foi a de Bolsonaro, que deixaram o Brasil à beira de um golpe de Estado.
Esse diálogo com Bolsonaro mostra que Mauro Cid foi submetido a dois cercos: o da Polícia Federal e o de Bolsonaro, para ver até onde seu ajudante de ordens iria. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias frisou que a vigilância de Bolsonaro sobre Cid foi insuficiente para livrá-lo das provas do seu envolvimento na trama golpista.
Cid acabou abrindo as portas de uma investigação que resultou em uma coleta de provas muito eloquente, com muitas evidências do instinto golpista do Bolsonaro. Isso tudo foi corroborado por depoimentos e provas que foram recolhidas ao longo da investigação. Estamos assistindo agora ao espetáculo.
Diante do dilema entre se entender isoladamente com a polícia e se converter em um delator, Bolsonaro, Cid preferiu roer a corda em prejuízo do Bolsonaro, que está tentando se livrar de uma condenação que parece incontornável. Tudo isso é riquíssimo do ponto de vista historiográfico. Por um triz, o Brasil não virou uma autocracia bolsonarista. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Michelle foi mais Bolsonaro do que evangélica com Wajngarten
De olho em uma eventual candidatura em 2026, Michelle Bolsonaro exibiu um comportamento semelhante ao de seu marido, Jair, ao pedir a cabeça do ex-ministro Fábio Wajngarten dentro do PL, afirmou Josias de Souza.
Todo mundo sabe que Michelle será candidata em 2026. A dúvida é se ela concorrerá ao Senado ou ao Planalto. No instante em que o mundo político rumina essa dúvida, ela exibiu um estilo político antes de virar candidata.
Michelle foi mais Bolsonaro do que evangélica com Wajngarten. Ela foi implacável. Esse contexto em que o rigor de Michelle se manifesta é presidencial. A troca de mensagens entre Cid e Wajngarten trata de uma eventual candidatura dela, inclusive em uma época na qual Bolsonaro ainda não estava inelegível.
O próprio Bolsonaro ficou aborrecido com essa troca de mensagens porque, àquela altura, não era concebível que seus auxiliares estivessem discutindo uma alternativa que não fosse a sua própria candidatura. Josias de Souza, colunista do UOL
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