Landim: Moraes quis se esquivar de ônus político de mandar Collor para casa
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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes tentou escapar da responsabilidade política de ter de mandar para prisão domiciliar o ex-presidente Fernando Collor de Mello, detido em uma cadeia de Alagoas, avaliou a colunista Raquel Landim no UOL News, do Canal UOL.
O ministro Moraes quis tentar, de várias formas, se esquivar do ônus político de mandar o Collor para casa. Raquel Landim, colunista do UOL
A defesa do político alegou ao STF três "comorbidades graves" (doença de Parkinson Apneia do sono grave e Transtorno Afetivo bipolar") para pedir a sua prisão domiciliar. Nesta quinta (1º), o ministro Moraes concedeu a prisão domiciliar para o político.
Ao Canal UOL, Landim considerou que todo o trâmite no processo foi realizado, mas destacou que o caso mostra como o sistema prisional brasileiro é injusto.
O Moraes pediu para olhar toda a lista de medicamentos e, por fim, pediu a manifestação do Paulo Gonet, procurador-geral da República. Então, o Moraes quis dividir essa responsabilidade política, meio que dizendo: 'não estou quem estou mandando o Collor de Mello para a prisão domiciliar'. Todo o trâmite foi realizado.
Agora tudo isso causa um pouco de espanto: o Collor estava circulando normalmente. Ele não estava internado, ele não estava passando por um problema muito sério de saúde em que precisasse de cuidados de saúde um pouco antes ser preso. Agora, porque está preso, o sistema prisional não teria condições de atendê-lo.
E aí a gente lembra o quanto nosso sistema prisional é injusto: muitas pessoas por aí nas cadeias brasileiras aguardando os pedidos de prisão domiciliar e jamais são avaliados em uma semana [como foi o caso de Collor]. Raquel Landim, colunista do UOL
Collor foi preso no dia 25 pela Polícia Federal, em Maceió, por volta das 4h, no aeroporto. Ele foi levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, na capital do estado, e depois transferido para um presídio federal.
A condenação do ex-presidente, em 2023, está relacionada à Lava Jato. Ele teria recebido mais de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para viabilizar, por meio de indicações políticas, um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Ele foi condenado à pena de oito anos e dez meses de reclusão.
Collor negou estar doente em audiência de custódia
Ao fazer o pedido ao STF, os advogados anexaram um atestado médico informando que Collor tem doença de Parkinson, apneia do sono grave, e transtorno afetivo bipolar.
O laudo é assinado pelo médico Rogério Tuma. "O paciente necessita de uso diário de medicações, uso de CPAP [máscara contra ronco e apneia] e de visitas médicas especializadas periódicas", diz trecho do documento.
Na audiência de custódia, realizada na sexta, o juiz perguntou se ele tinha alguma doença ou fazia uso de medicamentos. Collor negou.
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