Rússia e China vão declarar guerra? Por que eles não devem apoiar Khamenei
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A participação de Rússia e China no conflito entre Irã e Israel se limita a declarações diplomáticas em apoio aos iranianos, sem envolvimento militar, segundo análise do professor de relações internacionais Gunther Rudzit, ao UOL News.
O que aconteceu
"Nem Moscou, nem Pequim querem deixar de existir por causa de Khamenei", diz o professor. Em sua análise, ele destaca que não há interesse real dos países em entrar em uma guerra para defender o Irã, mesmo com discursos públicos de apoio.
Terceira Guerra Mundial não está sendo cogitada. Segundo Gunther, esse tipo de conflito só ocorreria se potências como Rússia e China percebessem uma ameaça real à própria sobrevivência, o que não é o caso, por isso não devem se envolver na guerra.
Rússia e China são contra um Irã com armas nucleares. Segundo o professor, isso aumentaria a influência iraniana na Ásia Central, o que preocupa Moscou. Já Pequim teme que isso enfraqueça o Tratado de Não-Proliferação, um acordo internacional criado para evitar a disseminação de armas nucleares pelo mundo.
Apesar das declarações diplomáticas protocolares, tenho certeza , nenhum desses dois governos está achando muito ruim a eliminação do programa nuclear Gunther Rudzit
Rússia afirmou hoje estar pronta para ajudar o Irã no confronto com Israel
Posição de apoio ao Irã por parte da Rússia é clara, diz porta-voz do Kremlin. Dmitry Peskov afirmou que a Rússia apoiou o Irã e se ofereceu para mediar o conflito.
A ajuda ao país pode ser dada de formas diversas e "tudo depende do que o Irã precisa", afirmou o porta-voz. Segundo Peskov, Vladimir Putin discutiu a situação do Irã com o presidente Donald Trump nas suas últimas conversas.
Chefe da diplomacia iraniana está em Moscou. Abbas Araqchi chegou ao país hoje e deve conversar com Putin e oficiais sobre a "situação regional e internacional após a agressão militar dos Estados Unidos", afirmou uma fonte à agência de notícias AFP.
Rússia condenou os ataques americanos ao Irã e classificou os bombardeios como "irresponsáveis". O país de Putin e o Irã são grandes aliados.
China defendeu direito de "salvaguarda" iraniano
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, condenou o ataque de Israel e apoiou o direito de defesa do Irã. "A China condena explicitamente a violação por parte de Israel da soberania, segurança e integridade territorial do Irã [...] e apoia o Irã na salvaguarda da sua soberania nacional, defendendo os seus direitos e interesses legítimos", disse Wang, em um comunicado oficial divulgado pelo governo da China.
O líder chinês, Xi Jinping, pediu que grandes potências ajudem a acalmar tensões. Sem citar os EUA, ele afirmou que "a comunidade internacional, especialmente as grandes potências, com influência especial sobre as partes em conflito, devem se esforçar para promover o apaziguamento da situação, e não o contrário", de acordo com o comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
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