Pressionado, Mauro Cid usa carta na manga contra Bolsonaro, diz professor

Ao se sentir pressionado, Mauro Cid tinha uma carta na manga para usar contra Bolsonaro em seu depoimento de delação premiada sobre o plano de golpe, disse Beto Vasques, professor da FESPSP, ao UOL News, do Canal UOL.

Fica evidente que o Cid tinha deixado um supertrunfo na manga, o que a princípio alguém que está sob a égide de uma delação não deveria fazê-lo. Mas, no final das contas, parece que foi uma estratégia correta, porque quando resolveram ir para cima dele, enfim, quando tem delinquente de um lado e de outro, é isso, é briga da máfia.

Então, quando foram para cima dele para dizer que ele teria que 'derrubar a delação dele, ele falou, então deixa eu lembrar aqui alguma coisinha.
Beto Vasques, professor

O tenente-coronel Mauro Cid revelou detalhes à Polícia Federal sobre a pressão de advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre seus familiares para tentar impedir o andamento de seu acordo de delação premiada e obstruir as investigações sobre o plano de golpe, que resultaram em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente.

No seu depoimento, Cid relatou diversos episódios de abordagens dos advogados à sua esposa, Gabriela, à sua mãe, Agnes, e a uma de suas filhas, de 14 anos. O objetivo era convencê-lo a trocar a equipe de defesa para não levar adiante sua delação premiada.

O professor Beto Vasques ressaltou que o fato é assustador, digno de pessoas canalhas, e causa espanto.

Um ponto dessa discussão é o nível dessa turma. É assustador, é coisa de cafajeste, de gente canalha. Eu confesso que fiquei entre o espanto e a náusea lendo.

Porque ir para cima de uma pré-adolescente de 14 anos, pressionar, não foi uma vez, foi uma coisa sistemática, foi um assédio, um acosto sistemático em cima de uma menina para pressionar ela para fazer o pai mudar, fazer ela pôr a mãe na linha para eles pressionarem a mãe, esposa do Cid, depois uma senhora de idade.

Coisa que a gente nem vê na máfia, assustador a audácia, e aí depois um dos advogados, a maioria se esconde, como sempre, a hora que aperta desaparece, e o único que fala, fala pela rede social dizendo que estão querendo criminalizar a advocacia.

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Mas o bolsonarismo não para de espantar a gente, né? Mas se o líder dizia que pintava um clima com uma menina de 16 anos, o advogado se sente liberado para assediar uma menina de 14. Quer dizer, é um troço horroroso, espantoso, é um nível de delinquência, de cafajestagem que poucas vezes eu vi na minha vida, na vida pública brasileira.
Beto Vasques, professor

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