Wálter Maierovitch

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Opinião

A Guerra na Ucrânia não vai acabar, e venceremos, avisa Putin a Trump

Por mais de hora, os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump conversaram por telefone sobre um cessar-fogo provisório e, também, a respeito do embargo alargado europeu contra a Rússia.

Adesão

Trump havia acertado com os líderes europeus em "sentir" Putin — descobrir qual é a sua intenção. Para os líderes europeus, seria uma pesada pressão. Erraram feio, pelo jeito.

O próprio Trump havia declarado a adesão americana ao boicote econômico costurado pelos europeus. Um duplo boicote, europeu e americano.

Desde os funerais do papa Francisco, o presidente americano revelou o seu descontentamento com Putin.

Numa alertada síntese, Trump sentia-se enganado por Putin.

O novo chancelar alemão Friedrich Merz aproveitou o momento de desconfiança de Trump com referência a Putin. Então, conseguiu a sua adesão ao novo embargo, caso Putin se mantivesse irredutível em manter a guerra.

Como todos sabem, o recente encontro em Istambul limitou-se à troca de prisioneiros.

Putin, que havia convidado o presidente Zelensky para um tête-à-tête na Turquia, não apareceu e mandou uma delegação de segundo escalão.

Trump, depois do recuo de Putin, não deu as caras e prosseguiu na sua visita aos países árabes do Golfo.

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O clima, depois do fracasso de Istambul quanto à interrupção temporária da guerra, reforçou os laços entre Trump e os europeus e motivou-o a pressionar o chefe de estado russo.

Vira-virou

Tudo mudou, no entanto. Depois da conversa telefônica com Putin, Trump, para dar satisfação, conversou com os líderes europeus por teleconferência.

Avisou que Putin não desejava colocar fim à guerra. Mais ainda, tinha a certeza da vitória.

Para surpresa geral, Trump participou aos líderes europeus que os EUA não mais participariam do novo "pacote europeu" de sanções à Rússia.

Trump mudou de posição e deixou os europeus na mão. O embargo, sem a adesão americana, perdeu toda a força e, no momento, a única certeza é de Putin continuar com essa guerra de conquista.

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O chanceler alemão, numa única frase, resumiu o sucedido: "Reviravolta de Trump".

Os líderes Emmanuel Macron (França), Keir Stamer (Reino Unido) e Donald Tusk (Polônia) ainda estão silenciosos.

A premiê italiana, Geórgia Meloni, a favor da Ucrânia por considerar ter havido violação à soberania pela invasão territorial russa, terá dificuldade junto aos europeus. Isso porque representa, no campo político, o trumpismo na Europa. É grande aliada de Trump.

Os operadores do direito internacional e os especialistas em geoestratégia assuntaram-se com a ambiguidade ética de Trump.

Pelo jeito, Trump retomou o namoro com Putin. Não se sente mais enganado pelo russo. De novo, mudou de lado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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