Absolvido no esquema PC Farias, Collor é personagem lateral do petrolão
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Cerca de 32 anos após o chamado "esquema PC Farias", Fernando Collor de Mello acabou na cadeia.
Os crimes são os mesmos daquele tempo: corrupção e lavagem de dinheiro.
Personagem lateral do "petrolão", Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão também por um esquema na BR Distribuidora.
Ironia do destino, reviravolta da história ou, melhor, fruto de uma Justiça ineficaz, lenta e casuística, Collor escapou quando era o "cabeça" do escândalo da vez.
Quando era o protagonista do escândalo que levou jovens às ruas, provocou um impeachment e envolveu até um assassinato, Collor foi absolvido por uma tecnicalidade.
Uma evidência considerada crucial foi desconsiderada pela Justiça após ter sido classificada como obtida ilegalmente, durante uma ação de busca e apreensão sem mandato: uma gravação de conversa telefônica e disquetes de computadores de PC Farias.
Para quem não lembra: Paulo Cesar Farias, tesoureiro de campanha de Collor, o pivô do esquema, que acabou sendo encontrado morto.

"Impichado" e com os direitos políticos cassados por oito anos, mas livre da cadeia, Collor retorna como senador em 2007.
Conservou influência suficiente para seu grupo fazer indicações políticas dentro da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, posteriormente privatizada.
Foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em 2015 sob acusação de receber R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para viabilizar um contrato de troca de bandeira de postos de combustíveis.
O esquema de corrupção do "petrolão", no entanto, é muito maior.
Envolvia não só a BR Distribuidora como a Transpetro e a própria Petrobras. Bilhões e bilhões em obras superfaturadas para a construção de refinarias e de navios para a estatal.
Boa parte dessa investigação também está sendo anulada, e muitos réus confessos escaparam, agora pelas mãos do ministro Dias Toffoli, por outra questão técnica: desconsiderar as provas da delação da Odebrecht.
E, assim, repete-se a história. Os criminosos laterais até podem ser condenados, mas os protagonistas acabam absolvidos.
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