Governo impõe aos aposentados uma calamidade em prestações
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O governo está empenhado em provar às vítimas do assalto das aposentadorias que há males que vêm para pior. A pretexto de organizar um ressarcimento incerto, o INSS conduz os velhinhos assaltados numa excursão pelo inferno. Começa nesta terça-feira, sem data para terminar.
Seres analógicos travarão uma guerra com a tecnologia para entrar no aplicativo Meu INSS. Ali, 9 milhões de aposentados serão informados de que parte do seu dinheiro foi parar na caixa registradora de entidades sindicais. Quem for derrotado por logins e senhas pode tentar a sorte na central telefônica 135. Exige paciência.
Desde 2019, os descontos sindicais somam R$ 6,3 bilhões. Mas o que escorreu pelo ladrão antes do ano 2000 perdeu-se nos desvãos da prescrição. Restam R$ 5,9 bilhões. Incapazes de resolver o problema, os planejadores do governo revelaram-se geniais na organização da próxima confusão.
Operando como cego no escuro, o INSS exige que as próprias vítimas informem que não autorizaram a tunga. Entidades larápias serão convidadas a devolver o que assaltaram. Decorridos 30 dias, a encrenca vai para a Advocacia-Geral da União, para ser judicializada.
Farejando o pior, a AGU já requisitou o bloqueio de bens de 12 entidades. Coisa de R$ 2,56 bilhões, menos do que foi roubado. O governo insinua que, se for necessário, recorrerá ao bolso do contribuinte para fazer todo o ressarcimento. Não diz como nem quando. O inferno dos aposentados é uma calamidade em prestações.
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