Irã chama Trump de 'showman'; Israel agradece aos EUA: 'trabalhando juntos'
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O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas não passaram de "exibicionismo" de Donald Trump. Minutos após a declaração, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, publicou uma foto com o presidente americano.
O que aconteceu
"Qualquer futura agressão contra o Irã vai custar caro", afirmou o aiatolá, que não descartou novos ataques a bases dos EUA. Ele fez um pronunciamento televisivo à nação na manhã de hoje (tarde de hoje no Irã) e chamou as ações dos EUA contra bases nucleares iranianas de "exibicionismo" do presidente norte-americano. Esta foi a primeira vez que o líder falou desde o cessar-fogo.
Ele também disse que o Irã "venceu o regime" dos Estados Unidos. "Os EUA entraram na guerra diretamente porque sentiram que, se não entrassem, o regime sionista seria totalmente destruído", afirmou.
O fato de que temos acesso a centros importantes dos Estados Unidos na região e podemos tomar ação sempre que achamos necessário é significante. Se qualquer agressão acontecer, o inimigo vai pagar um preço caro.
Ali Khamenei
Pouco antes da mensagem na TV, Khamenei usou as redes sociais para declarar vitória contra Israel. Ele fez publicações em inglês afirmando que "esmagou e nocauteou" o país de Benjamin Netanyahu. "O regime sionista foi praticamente nocauteado e esmagado pelos golpes da República Islâmica", afirmou.
Netanyahu, por sua vez, acenou para Trump em seu perfil oficial. "Continuaremos a trabalhar juntos para derrotar nossos inimigos comuns, libertar nossos reféns e expandir rapidamente o círculo de paz", afirmou.
Ele também reproduziu uma mensagem publicada pelo presidente dos EUA , o chamando de "o maior guerreiro" da história de Israel. "Não há ninguém na história de Israel que tenha lutado com mais afinco ou talento do que Bibi Netanyahu", afirmou Trump na mensagem reproduzida pelo líder de estado.
Cessar-fogo entre Irã e Israel aconteceu após o Irã atacar a maior base militar dos EUA no Oriente Médio, localizada no Catar. A ação foi uma retaliação aos bombardeios norte-americanos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21). Ninguém se feriu no ataque e o republicano chegou a agradecer ao Irã por avisar com antecedência que atacaria a base.
Israel confirmou o acordo e disse que atingiu "todos os objetivos" da operação contra o Irã. O comunicado feito na terça-feira afirma que Benjamin Netanyahu se reuniu com seu gabinete, juntamente com o ministro da Defesa e o chefe do Mossad "para relatar que Israel atingiu todos os objetivos da Operação Leão em Ascensão, e muito mais".
Esforços voltarão para Gaza, segundo Israel. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Eyal Zamir, disse que a ação no local continuará ''para trazer os reféns para casa e derrubar o governo do Hamas''. Palestinos pediram para ser incluídos no cessar-fogo, mas, segundo o canal Al Jazeera, 35 pessoas morreram somente hoje por ataques israelenses na Faixa de Gaza.
O conflito
Conflito entre Irã e Israel começou em 13 de junho. Acusando o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, Israel lançou um ataque-surpresa contra o país, expandindo a guerra no Oriente Médio.
O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos. O país persa diz que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual Irã é signatário.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica vinha acusando o Irã de não cumprir todas suas obrigações. Apesar disso, a agência declarou que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica. O Irã acusa a agência de agir "politicamente motivada" e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.
Em março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos afirmou que o Irã não estava construindo armas nucleares. Apesar de Israel não aceitar que o Irã tenha armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950. Tal projeto teria desenvolvido pelo menos 90 ogivas atômicas.
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