Brasileira que caiu em trilha foi vista 'imóvel' e a 500 m de profundidade
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Equipes de resgate encontraram a brasileira Juliana Marins, presa em uma área remota após escorregar e cair em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, imóvel em uma profundidade de 500 metros.
O que aconteceu
A mulher foi encontrada durante buscas na madrugada de hoje (tarde de hoje, na Indonésia) mas as equipes de resgate não a alcançaram. A informação foi dada pela equipe que administra o parque do Monte Rijani em publicação nas redes sociais.
Juliana está sem água e comida desde a sexta-feira e não há informações sobre o estado de saúde dela. Quando a jovem caiu, ela estava sem agasalho, vestindo somente calça jeans, camiseta, luvas e tênis. A mulher, que tem miopia, também estava sem óculos.
O parque explicou que o resgate conseguiu descer 250 metros até ela, mas ainda está longe de alcançá-la. Segundo a família de Juliana, eles estavam a 350 metros de distância da brasileira quando condições climáticas interromperam o resgate às 16h no horário local (5h no horário de Brasília).
Falta de visibilidade foi o que dificultou o resgate da vítima, segundo autoridades. Segundo a administração do parque, a equipe de resgate enfrentou "condições climáticas dinâmicas, com neblina espessa que reduzia a visibilidade e aumentava o risco".
Uma equipe de suporte vai passar a madrugada no ponto em que o resgate parou. A expectativa é de que, mesmo que as condições climáticas melhorem, o resgate só seja retomado quando amanhecer, já que não há visibilidade no turno da noite. Um brasileiro que acompanha os trabalhos no local disse que o trabalho deve ser retomado às 3 horas de terça-feira (horário local), por volta de 16h de hoje no Brasil.
Dois alpinistas experientes integram equipe de reforço às buscas, diz família. "Não temos informação de se eles conseguirão dar continuidade ao resgate durante a noite", afirmou a irmã de Juliana em publicação nas redes sociais na manhã de hoje.
Resgate com helicóptero é possível, mas depende das condições climáticas. A administração do parque afirmou que o governo local incentivou o uso do resgate aéreo, principalmente nas primeiras 72 horas após o incidente, mas disse que era necessário um helicóptero específico, com um guincho que pudesse transportar pessoas e cargas para áreas de difícil acesso. Além disso, a mudança brusca de tempo pode ser perigosa em um resgate do tipo. Por vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver que a área onde a brasileira está tem acúmulos de névoa repentinos, que torna a visibilidade do local baixa.
Parque segue funcionando normalmente e turistas continuam fazendo trilha em que a brasileira caiu. As informações foram divulgadas pela família da vítima e por outros brasileiros que foram até o local prestar apoio e acompanhar as buscas de perto. Funcionários da embaixada acompanham esforços de resgate, informou Itamaraty. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que autoridades locais "no mais alto nível" foram mobilizadas para enviar equipes de resgate à área do vulcão.
Entenda o caso

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira, segundo a família. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.
Três horas depois do acidente, um grupo de espanhóis encontrou a brasileira. A irmã dela, Mariana, vive em Niterói (RJ) e disse ao UOL que as pessoas que passaram pelo local perguntaram o nome de Juliana e tentaram achar familiares e amigos dela pelas redes sociais.
Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, na espera pelo resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de uma neblina e umidade muito forte, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais da pedra. A irmã chegou a dizer que seria um ''absurdo se ela morresse por falta de socorro''.
Juliana fazia um ''mochilão'' desde o final de fevereiro com uma agência de turismo. ''A empresa de turismo que a levou ficou mentindo o tempo todo, dizendo que o resgate tinha chegado, e não tinha chegado coisa nenhuma'', fala a irmã.
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