Conclave: o que significam os trajes usados pelos cardeais no evento

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O conclave é a reunião de cardeais da Igreja Católica para eleger um novo papa. Durante a solenidade, os cardeais precisam seguir um código de vestimenta.
Entenda o significado de cada peça
Vestes dos cardeais no conclave são chamadas de "coral". A roupa consiste uma batina vermelha, uma sobrepeliz branca por cima, uma mozeta vermelha e uma cruz peitoral. Na cabeça, eles usam um solidéu vermelho e o barrete cardinalício (um chapéu que se coloca sobre o solidéu).
A sobrepeliz, geralmente feita de linho ou algodão, é usada por cima da batina. É uma peça longa, de cor branca e que cobre o corpo dos ombros até abaixo dos joelhos.
O solidéu é um pequeno chapéu usado por membros da Igreja Católica, como padres, bispos, arcebispos, cardeais e o papa. O solidéu tem formato circular e é feito, geralmente, de seda ou veludo. A cor varia de acordo com a posição hierárquica do clérigo. O papa usa branco e os cardeis vermelho escarlate. Já os bispos usam roxo ou violeta. O solidéu é um símbolo de autoridade na Igreja Católica.
Já o barrete é também um tipo de chapéu clerical. O formato é distinto do solidéu. A vestimenta surgiu no século 10 e tem a forma de cubo, semelhante ao chapéu usado pelos juízes romanos, como demonstração da autoridade.
O conclave é um evento cheio de simbolismo e tradição. A batina e a mozeta, uma capa curta que cobre os ombros, parte das costas e dos braços, são vermelhas. A cor significa o sangue derramado por Cristo e pelos mártires. O vermelho usado pelos cardeais é uma combinação de simbolismo espiritual, tradição histórica e distinção hierárquica dentro da Igreja Católica.

Como é um conclave?
A eleição acontece dentro da Capela Sistina, no Vaticano. O voto é secreto e depositado em uma urna. O número de votos do escolhido não é divulgado.
Os cardeais são proibidos de qualquer tipo de comunicação com o exterior durante o conclave. Eles não podem enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais, por exemplo.
No início do conclave, os cardeais fazem um juramento de silêncio. Além dos cardeais, todos os funcionários do serviço que têm acesso a eles também deverão jurar que manterão segredo sobre tudo o que tiver relação com as reuniões, sob pena de excomunhão.
Os cardeais passam em cortejo da Capela Paulina até a Sistina. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal camerlengo no interior, e pelo prefeito da Casa Pontifícia no exterior.
Como é a votação?

Podem votar todos os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores no processo é de 120.
Diversas nacionalidades participam do pleito. Não são apenas cardeais do Vaticano ou da Itália que compõem a eleição. Atualmente, há cardeais eleitores do México, da Índia, da França, da Ucrânia e do Brasil.
Para ser eleito, um cardeal precisará de pelo menos dois terços dos votos. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.
A tradição diz que o primeiro dia tem apenas uma votação. Na sequência, acontecem duas votações matutinas e duas vespertinas na Capela Sistina. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, as cédulas são queimadas.
Não há um prazo específico para o conclave. Segundo a BBC, uma das maiores eleições da história foi a do Papa Gregório 10º, em 1268. Na ocasião, a escolha do papa durou quase três anos. Na história moderna, os conclaves já não demandam tanto tempo. A eleição do papa Francisco, por exemplo, durou dois dias.
Um repique de sinos de São Pedro se somará ao anúncio do evento, e assim tudo será mais claro para a imprensa e católicos que seguirão o evento. Se depois do terceiro dia nenhum candidato alcançar o mínimo exigido, a Constituição estabelece uma pausa de 24 horas, que será dedicada "à oração, ao colóquio (...) e a uma breve exortação espiritual".
Se ocorrerem outras sete votações inúteis, será feita outra pausa de um dia. O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta: "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").
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