Zambelli decidiu não arriscar ao ouvir de aliados que prisão era inevitável
Ler resumo da notícia
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) decidiu deixar o país ao ouvir de aliados que não escaparia da prisão, apurou a coluna.
Ela consultou pessoas próximas para saber qual seria o melhor prognóstico do seu caso depois de ser condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos de cadeia por invasão de sistemas do Poder Judiciário e multa de 2.000 salários mínimos.
A deputada ouviu que poderia solicitar prisão domiciliar por causa de seus problemas de saúde ou tentar reduzir a pena, o que, mesmo assim, a deixaria, na melhor das hipóteses, em regime semiaberto, no qual é preciso dormir na prisão e sair apenas para trabalhar.
Depois da sentença do STF, Zambelli disse sofrer de depressão, problemas cardíacos e uma síndrome rara chamada Ehlers - Danlos.
Era tudo muito incerto, e ela preferiu não arriscar, contou uma fonte à coluna.
A deputada revelou nesta terça-feira (3) que está na Europa para tratar de "problemas médicos" e negou que tenha fugido do país.
Na prática, porém, como ela tem cidadania europeia, advogados consultados pela coluna afirmam que, se uma ordem de prisão for emitida, vai ser necessário pedir sua extradição.
Alguns países europeus não extraditam seus cidadãos.
Aliados de Zambelli dizem que ela pretende continuar se defendendo mesmo baseada no exterior. As leis internacionais não obrigam que uma pessoa se entregue no caso de uma prisão com a qual ela discorda.
"Gostaria de deixar evidente que não é um abandono do país. Muito pelo contrário, é resistir, é continuar falando o que eu quero falar", afirmou a deputada a uma rádio.
Conforme apurou a coluna, a deputada deixou o Brasil em um voo comercial comum, já que não havia qualquer ordem de restrição de movimentação expedida contra ela.
Apesar de já condenada pelo STF, que é a última instância da Justiça, a defesa de Zambelli havia entrado com dois recursos no tribunal: um agravo e um embargo de declaração.
Enquanto esses atos não fossem julgados, o processo não chegaria ao final, e ela só poderia ser detida se houvesse um mandado de prisão preventiva.
Procurada, Zambelli não deu entrevista.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.