Josias de Souza

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Opinião

Presença de Marina é agressão ao meio ambiente do Congresso

Se pudessem falar, as baleias entoariam um coro: "Salvem antes a Marina Silva". Presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre molha o paletó para provar que o impossível é apenas uma palavra que carrega o possível dentro de si. Nos últimos dias, o senador atingiu o inimaginável. Não bastassem a camada de ozônio e as queimadas, Alcolumbre conseguiu transformar a presença de Marina Silva no Congresso numa agressão ao meio ambiente do Legislativo.

Uma semana depois de explodir as regras do licenciamento ambiental, o Senado convidou Marina para debater na Comissão de Infraestrutura a criação de unidades de conservação na região da bacia do Rio Amazonas, no Amapá, estado de Alcolumbre. O convite revelou-se uma emboscada.

Marina foi ofendida por senadores, teve o microfone cortado e se retirou da sessão. Alcolumbre honrou sua plateia com um sonoro silêncio. O episódio emoldura a incivilidade que polui a política nacional. Em meio ao avanço da deterioração, quase tudo mudou exceto Marina Silva. É possível discordar da ministra, jamais desrespeitá-la.

Alcolumbre ganhou notoriedade ao levar a irrigação do orçamento secreto da Codevasf dos vales do São Francisco e do Paranaíba para o semiárido do Amapá. Marina ostenta uma biografia sem pesticidas.

A ausência de Alcolumbre preencheria uma lacuna na conjuntura política. Se Marina chamasse o caminhão de mudança às vésperas da COP30, o governo Lula entraria em parafuso. De repente, organizou-se a partir do Planalto um cinturão de preservação da ministra do Meio Ambiente.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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