Josias de Souza

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Opinião

CPI dos aposentados vai sendo rebatizada de CPI da sucessão

A maior lente de aumento de Brasília é Davi Alcolumbre olhando para si mesmo. Tudo parece girar ao redor do umbigo do presidente do Senado e do Congresso. Ele acionou a barriga para empurrar da próxima terça-feira para 17 de junho a sessão em que seria formalizada a criação da CPI mista sobre o assalto contra os aposentados.

Bem pago pelo Planalto, Alcolumbre alegou que não faria sentido convocar uma sessão agora apenas para a leitura do requerimento de CPI. Faltou definir sentido. Supondo-se que a nova data seja para valer, o requerimento da CPI será lido no plenário do Congresso em meio às festas juninas e às vésperas do recesso parlamentar de julho.

Os partidos seriam, então, convidados a indicar os seus representantes. Com mais um ou dois golpes de barriga, o Planalto conseguiria facilmente retardar para agosto a instalação da CPI. Com a popularidade periclitante, Lula imagina que, até o início do segundo semestre, o avanço das investigações da Polícia Federal e a eventual descoberta de uma fórmula mágica para devolver o dinheiro às vítimas tornariam irrelevante a CPI.

Lula e seus operadores ainda não se deram conta de que a demora produzirá apenas a mudança do nome do problema. Enterrada ou instalada, a CPI do INSS vai sendo gradativamente rebatizada de CPI da sucessão. Com idade avançada, os aposentados já não se importam com o passar do tempo. O que incomoda é ser tratado como detrito. O custo eleitoral pode ser alto.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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