Igreja impõe a Trump Leão de Chicago com um rugido latino
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Guiando-se por sua ignorância natural, Trump usou os recursos da inteligência artificial para exibir-se vestido de papa nas redes sociais e no perfil oficial da Casa Branca. Antes, fez piada com a sucessão de Francisco. "Eu gostaria de ser papa", disse. O Espírito Santo foi malvado na resposta. Cuidou para que fosse eleito na Capela Sistina um Leão de Chicago com rugido latino-americano.
O contraponto da Igreja Católica às políticas anti-humanitárias de Washington passa a ser feito por um conterrâneo sui generis de Trump. Nascido nos Estados Unidos, emigrou para o Peru e naturalizou-se peruano. No discurso inaugural, Leão 14 ecoou, em italiano e espanhol, o legado pastoral e social de Francisco. Não será uma cópia do antecessor. É menos liberal nos costumes. Mas o timbre é de continuidade.
Voltaram a circular nas redes postagens antigas do cardeal americano que virou papa. Nelas, o novo chefe de Estado do Vaticano compartilha artigos críticos às deportações em massa da gestão Trump. Reproduz carta de Francisco aos bispos americanos, desmontando uma tentativa do vice JD Vance de usar a doutrina católica como fundamento para a crueldade da política migratória da Casa Branca.
Trump agora terá que disputar a atenção dos católicos não com um forasteiro argentino, mas com um compatriota. Um pedaço da ala conservadora da Igreja nos Estados Unidos, principal ninho de resistência ao reformismo de Francisco, talvez prefira dar ouvidos a Leão 14. E a Casa Branca não terá como tarifar a língua do papa.
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