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Carla: Governo vai insistir em discurso de justiça social no caso do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o regime político no Brasil "mudou" ao se referir à dificuldade em negociar com o Congresso Nacional, que derrubou o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O governo, no entanto, vai insistir em seu discurso de justiça social taxando os mais ricos, disse a colunista Carla Araújo no UOL News de hoje.

Agora a avaliação é a seguinte: a saída política não é, neste primeiro momento, chamar Alcolumbre e Motta [presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente] para mais uma conversa.

O Alcolumbre já foi, já viajou, Motta também deve viajar, o presidente Lula tá no Tocantins, a princípio, Lula prefere esperar, acalmar essa questão e aí, vamos para o que o governo vai fazer, independente da relação com o Congresso.

O governo vai, sim, insistir nesse discurso de justiça social que o ministro Fernando Haddad coloca, e que a ideia é que seja reforçado na comunicação do governo. Por quê? Qual que é a avaliação? A avaliação é, é muito difícil chegar na população o debate do IOF em si.

A população acaba ficando meio perdida para entender. E aí, qual que é a mensagem melhor? É dizer que estão querendo fazer uma justiça social. Tudo bem se vão dizer que o governo taxa. Não é que o governo taxa, o governo quer taxar os ricos para não ter que tirar direito dos pobres.
Carla Araújo, colunista do UOL

A colunista destacou também que a queda da medida do IOF vai gerar um grande rombo orçamentário ao governo, que pode ter que fazer cortes de despesas atingindo a população mais pobre, justamente o que ele quer evitar.

Depois da derrubada dessa medida vai ficar um rombo de R$ 10 bilhões que o governo vai ter que ajeitar no orçamento e que pode virar o quê? Corte de despesas. Para onde? Talvez saúde, talvez educação. Vai ser na população mais carente.

E o governo quer evitar isso pegando a opinião pública para si, dizendo olha, nós estamos sim buscando uma justiça tributária, nós estamos sim querendo taxar, mas é taxar os mais ricos e para que o pobre pare de pagar a conta.

A gente quer investir em programas sociais? Sim. Eles vão continuar com esse mesmo discurso. A gente quer poder fazer justiça social nesse país, taxando o que o ministro Fernando Haddad tem colocado nos últimos dias, que é o pessoal da cobertura, o pessoal da Faria Lima, enfim, comprando mesmo um pouco essa briga.
Carla Araújo, colunista do UOL

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Carla concluiu dizendo que a ideia do Congresso Nacional é esperar a situação acalmar para ter uma nova conversa e mostrar que está apenas tentando defender os interesses econômicos.

Em relação ao Congresso, a ideia deles é nesse momento esperar acalmar um pouco para voltar sim o diálogo, mas também tentar mostrar que o que o Congresso está fazendo nada mais é do que defender interesses econômicos.

E aí eles vão tentar dizer, olha, as medidas do Congresso atendem grupos econômicos que os próprios deputados têm interesse e que não necessariamente isso é bom para a sociedade. Então é dentro desse escopo de estratégia que o Planalto deve trabalhar nos próximos dias.
Carla Araújo, colunista do UOL

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