Com ajuda da base do governo, oposição protocola CPMI sobre fraudes no INSS

A oposição apresentou hoje um pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O requerimento tem assinatura de 36 senadores e 223 deputados, incluindo membros da base do governo Lula.

O que aconteceu

Abertura da CPMI depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A oposição conseguiu ultrapassar o número mínimo de assinaturas, que é de 27 senadores e 171 deputados. O pedido foi protocolado pelas senadoras Damares Alves (Republicanos-DF) e Coronel Fernanda (PL-MT).

Parlamentares querem investigação de descontos não autorizados. "Somente com uma investigação profunda será possível entender como o esquema foi viabilizado, quais mecanismos foram burlados e quais procedimentos precisam ser revistos. Isso permitirá o aperfeiçoamento dos controles internos e evitará que fraudes semelhantes ocorram no futuro", diz o pedido.

Metade das assinaturas veio da base do governo. Membros de partidos que têm ministérios na gestão de Lula assinam o requerimento, incluindo 39 parlamentares do União Brasil, 28 do PP, 24 do Republicanos, 20 do PSD e 15 do MDB.

A lista inclui seis parlamentares do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Assinam o requerimento os deputados Heitor Schuch (RS), Tabata Amaral (SP), Luciano Ducci (PR), Duarte Jr. (PSB), e os senadores Flávio Arns (PR) e Chico Rodrigues (RR).

Nenhum parlamentar do PT ou do PSOL assinou. Como o UOL mostrou, uma ala do PT defendeu apoiar a instauração da CPMI para tentar rebater o discurso bolsonarista, mas o Planalto foi contra. No Congresso, petistas e base já começaram a preparar um dossiê sobre o esquema durante os governos anteriores.

Na semana passada, a oposição também protocolou um pedido de CPI sobre o INSS na Câmara. A medida enfrenta resistência do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não instalou nenhuma comissão desde que assumiu o cargo, em fevereiro.

Iniciativa acontece após operação da PF. A investigação revelou um golpe de R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

A confiança da população no sistema previdenciário e nas instituições públicas depende da resposta efetiva a casos de corrupção e fraude. A apuração rigorosa dos fatos, com transparência e punição exemplar, é crucial para restaurar a credibilidade do INSS e do Estado brasileiro perante seus cidadãos.
Trecho do pedido de abertura de CPMI no Congresso

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