Estudante de Columbia, símbolo de protestos pró-Palestina, é solto nos EUA
Do UOL, em São Paulo
20/06/2025 17h09Atualizada em 21/06/2025 11h03
O estudante sírio Mahmoud Khalil, 30, que participou de manifestações em favor dos palestinos na Universidade de Columbia, foi solto após ficar detido três meses. O governo do presidente Donald Trump vinha tentando deportá-lo, alegando que ele havia mentido em seu pedido de green card (ele é casado com uma norte-americana).
O que aconteceu
Mahmoud Khalil não representa um risco para a comunidade, disse o juiz federal Michael Farbiarz. Ele também argumentou que não há risco de fuga. "É altamente incomum buscar a detenção de um peticionário, considerando os fatos registrados hoje", disse durante a audiência de mais de uma hora realizada hoje.
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Khalil foi libertado da prisão do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA). Ele estava detido em Louisiana, a quase 2.000 km de onde morava, após agentes de imigração à paisana o prenderem no saguão do prédio em Columbia —ele é estudante de pós-graduação da Escola de Relações Públicas e Internacionais da Universidade.
Trump e seu governo escolheram a pessoa errada para isso.
Khalil, aos repórteres após deixar a prisão.
Detenção foi criticada por grupos de direitos civis
EUA ainda não se posicionaram após nova decisão da Justiça. Na última sexta, o governo havia se recusado a soltar Mahmoud alegando fraude no green card, envolvimento em organizações por seu trabalho no escritório da Síria na embaixada britânica em Beirute, Líbano, após 2022. O juiz já havia determinado que Khalil não podia ser detido ou expulso com base em declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que considerou o estudante uma ameaça aos EUA.
Detenção do estudante foi criticada por grupos de direitos civis. Eles classificaram a prisão de Khalil como um ataque à liberdade de expressão política. Marc Van Der Hout, advogado de Khalil, disse que o governo praticamente nunca deteve pessoas por fraude imigratória, e que o estudante está sendo punido por se opor à guerra de Israel contra Gaza, apoiada pelos EUA, após o ataque do Hamas em outubro de 2023.
Filho de palestinos, Khalil se tornou símbolo do movimento estudantil. Desde a sua prisão em Nova York, em 8 de março, por protestar contra a guerra em Gaza, virou símbolo da vontade de Trump de silenciar o movimento estudantil em apoio aos palestinos.