Conteúdo publicado há 17 dias

Sakamoto: Assassinato de israelenses é consequência de tampa aberta do ódio

O assassinato de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington é uma consequência direta da escalada do ódio entre israelenses e palestinos, analisou o colunista Leonardo Sakamoto na edição de hoje do UOL News.

Os ataques a tiros ocorreram ontem à noite, próximo ao Museu Judaico. O suspeito dos crimes foi identificado como Elias Rodriguez, de 30 anos, que gritou "Palestina Livre" quando foi detido.

Foi um atentado terrorista terrível. Presto solidariedade às famílias dos dois jovens mortos em Washington. Tem que se investigar as causas e se ele era um lobo solitário ou se teve alguma ajuda ou instrução para isso. É necessária uma punição grave. O antissemitismo e o anti-islamismo são doenças que se espalham pelo mundo e ambos precisam ser combatidos de forma rigorosa. Esperamos que o responsável, ou responsáveis, sejam levados a júri e devidamente punidos.

Só que a punição não vai simplesmente estancar. Não dá para dizer que A levou a B, até porque seria irresponsabilidade. Mas lendo jornais de Israel na manhã de hoje, parte deles traz relatos apontando que o ocorrido é terrível, triste, absurdo, mas ao mesmo tempo esperado porque é uma consequência da forma como o Israel agiu após o terrível ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. Benjamin Netanyahu começou um processo de limpeza étnica na Faixa de Gaza e vem reafirmando isso.

Essa reação chocou o mundo. Nenhum terrorismo é justificável, ponto. Há duas linhas de ações diante do choque pelo que ocorre em Gaza. Movimentos e ativistas pacifistas nos EUA (que já estavam sendo perseguidos pelo governo de Donald Trump e, agora, serão ainda mais) e no mundo, junto com uma série de governos e até o papa estão pedindo para Netanyahu parar a matança. Há uma forma pacífica de agir, seja com sanção, pressão ou protesto.

Mas este momento acaba servindo como alavanca para criminosos, que atuam de forma violenta, usando a guerra para justificar seus atos, que não são justificáveis. Destampou-se uma panela de pressão com muito ódio de ambos os lados com décadas e décadas de conflitos. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto frisou a crescente dificuldade em encontrar uma saída para o fim dos conflitos na Faixa de Gaza por conta do estímulo ao ódio. Por isso, na visão do colunista, o mundo deve se preocupar em lutar contra o antissemitismo e o genocídio palestino.

É um ódio tão grande que é difícil até pensar em uma solução de dois Estados, Israel e Palestina. Mais difícil ainda é pensar em uma solução de um Estado único com dois povos, como foi aventado no passado. Há muito ressentimento e isso aumenta o ódio, que se retroalimenta muitas vezes pelo oportunismo dessa situação.

O que está acontecendo no mundo, com as mortes desses jovens inocentes e do massacre de mais de 53 mil palestinos em Gaza por conta da ocupação israelense, precisa parar imediatamente. Precisamos lembrar os mortos pelo terrorismo nas ruas de Washington e isso não pode acontecer de novo, mas também temos que lembrar os mortos nos escombros de Gaza, que precisa parar de acontecer.

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O 'açougueiro de Tel Aviv' Benjamin Netanyahu, em troca da permanência no poder e com medo de ser julgado por crimes anteriores, vai se mantendo com o apoio da ultradireita que quer varrer Gaza do mapa. Precisamos combater o antissemitismo, mas combater o genocídio também é fundamental. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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Opinião

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