Prejuízos e investigação: O que se sabe sobre apagão na Espanha e Portugal

Espanha e Portugal restauraram totalmente a energia hoje após o pior apagão da história dos países. Apesar disso, as autoridades deram poucas explicações, até o momento, sobre a causa do problema ou sobre como evitá-lo futuramente.

O que se sabe sobre o apagão

Nesta terça, a energia está reestabelecida e as cidades retomam a normalidade. Os semáforos voltaram a funcionar, os serviços de trem e metrô retornaram lentamente e as escolas foram reabertas. Durante o apagão, passageiros lidaram com atrasos para voltar ao trabalho, pessoas ficaram presas em elevadores e aeroportos foram fechados.

O enorme apagão começou logo após 12h30 (7h30 de Brasília) de ontem. Por cinco segundos, 15 gigawatts de geração de eletricidade desapareceram de repente do sistema na Espanha, o que corresponde a 60% da energia total da rede, segundo o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez.

Passageiros na estação de trem Joaquin Sorolla em Valência após reestabelecimento do serviços
Passageiros na estação de trem Joaquin Sorolla em Valência após reestabelecimento do serviços Imagem: Miguel Gutierrez / Reuters

A operadora de rede espanhola REE disse ter identificado dois incidentes de perda de geração de energia. Segundo a empresa, a queda ocorreu provavelmente em usinas solares, no sudoeste do país, que causaram instabilidade no sistema elétrico e levaram a uma interrupção de sua interconexão com a França.

Autoridades dizem que ainda é muito cedo para explicar por que isso aconteceu. "Até recebermos os dados sobre os aspectos de geração, não podemos tirar conclusões", declarou Eduardo Prieto, diretor da Rede Elétrica Espanhola. Fontes do governo também insistiram que não houvesse especulações e que não se divulgassem ''informações de origem duvidosa''.

A hipótese inicial de um ataque cibernético foi desconsiderada. "Com base na análise que conseguimos conduzir até o momento, podemos descartar um incidente de segurança cibernética nas instalações da rede", concluiu Prieto.

''Fenômeno atmosférico raro'' como causa da interrupção também foi negado. A Reuters informou ontem que a REN (Redes Energéticas Nacionais de Portugal) previu que um estranho fenômeno meteorológico na Espanha poderia ter causado o apagão. Fontes da organização, no entanto, desmentiram a informação horas depois.

O banco de investimentos RBC disse que o custo econômico do apagão pode variar entre 2,25 bilhões de euros e 4,5 bilhões de euros. A empresa culpou ainda o governo espanhol por ser complacente demais com a infraestrutura em um sistema dependente de energia solar com pouco armazenamento de bateria.

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A Espanha é um dos maiores produtores de energia renovável da Europa. O apagão de ontem levantou uma discussão sobre a volatilidade do fornecimento de energia solar ou eólica e como isso torna os sistemas de energia espanhóis vulneráveis. Mais de 75% da energia que a Espanha estava usando no momento da interrupção era proveniente de fontes renováveis, de acordo com dados da Red Electrica.

*Com informações da Reuters e da AFP

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