Justiça Militar de SP exonera tenente acusado de matar Leandro Lo

O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo aprovou, por unanimidade, a exoneração do tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo, da Polícia Militar, quase três anos após a acusação de o policial ter matado o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo com um tiro na cabeça.

O que aconteceu

Condutas de Velozo foram classificadas pelo TJM-SP como "desonrosas" e "incompatíveis" com a função, segundo o tribunal. "Além de atentatórias à instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais", disse o tribunal.

Todos os sete desembargadores votaram a favor da perda do posto e da patente. O processo contra Velozo na Justiça Militar começou em 24 de abril e foi concluído ontem, após 74 dias de tramitação.

A Secretaria da Segurança informou ao UOL que vai atender a decisão do tribunal. "Segundo publicação no Diário Oficial do Estado, o pedido de exoneração do agente havia sido encaminhado para julgamento do Tribunal de Justiça Militar", disse a pasta.

Velozo cumpre prisão em prisão preventiva. Júri estava previsto para maio, mas foi suspenso após pedido da defesa do policial.

Julgamento agora está previsto para os dias 5 e 6 de agosto. Por enquanto, o PM está alocado no Presídio Militar Romão Gomes, destinado a policiais. Se for condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão.

O UOL entrou em contato com a defesa de Velozo. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Leandro Lo
Leandro Lo Imagem: Reprodução/Instagram
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Leandro Lo foi baleado após briga, em São Paulo. O campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Pereira do Nascimento Lo foi morto no Clube Sírio, uma casa noturna localizada no bairro de Indianópolis, na zona sul de São Paulo, em agosto de 2022. Ele foi baleado na cabeça por Velozo, que se entregou um dia após o episódio, devido a uma briga durante o show da banda Pixote.

PM já conhecia lutador. Segundo a mãe de Lo, Fátima, Velozo foi à casa noturna com a intenção de matar o campeão mundial. Os autos do inquérito da 16ª Delegacia de Polícia, na Vila Clementino, informam que uma das testemunhas revelou que o policial havia provocado Leandro antes de pegar uma garrafa de uísque e ser imobilizado pelo campeão mundial. Em seguida, o PM teria retornado e disparado.

Tenente da PM saiu de boate e foi a prostíbulo. Após disparar contra Leandro Lo, Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada. Na ocasião, ele pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o local, o tenente foi a um motel.

Velozo tinha histórico de violência. Ele já havia sido condenado por agredir um soldado em uma briga de bar enquanto estava de folga.

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