Ambulante baleado por delegado em Fernando de Noronha tem a perna amputada

O ambulante Emmanuel Apory, 26, teve uma das pernas amputadas após ser atingido por um disparo feito por um delegado da Polícia Civil de Pernambuco em Fernando de Noronha (PE).

O que aconteceu

Amputação em uma das pernas de Apory foi realizada ontem. Anderson Flexa, advogado do ambulante, relatou que o procedimento foi concluído com a extração acima do joelho. "Emmanuel encontra-se na fase de recuperação pós-cirúrgica", escreveu.

Procedimento foi necessário para preservar a vida do ambulante. Ao relatar a situação antes da amputação, Apory lamentou a situação. "Conseguiram o que queriam. Se não matam, aleijam", disse.

"Talvez o meu erro foi querer ajudar", afirmou Emmanuel Apory. O ambulante diz que o delegado tentou matá-lo e está 'tranquilo' em algum lugar. "Não podemos deixar como se fosse mais um caso para as estatísticas."

Sei que tentaram me matar. Não desejo nenhum mal, apenas quero que a justiça seja feita e tenho certeza de que a justiça pode tardar, mas a justiça de Deus não falha.
Emmanuel Apory, ambulante baleado por delegado

Relembre o caso

Apory foi atingido por um delegado em festa no Forte dos Remédios. O disparo teria acontecido após uma discussão entre o delegado e o ambulante. Segundo testemunhas, Luiz Alberto Braga de Queiroz ficou incomodado após Apory ter, supostamente, olhado para a mulher que o acompanhava na festa.

Ambulante nega ter "dado em cima" da acompanhante de Queiroz. O relato é feito por Apory no mesmo vídeo em que comunica a necessidade de amputação. "Não dei em cima de ninguém, respeitei a todo momento. Por mais que demore, a verdade tarda, mas não falha", afirmou.

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Imagens mostram que o delegado aguardou por Apory no local. O ambulante foi então encurralado pelo delegado. Apory partiu para cima de Queiroz, que sacou a arma e atirou na perna da vítima. O delegado abandonou o local na sequência, enquanto o ambulante fugiu mancando.

Delegado foi ouvido pela polícia no Recife, mas não ficou detido. A Corregedoria instaurou um procedimento preliminar para investigar a conduta de Queiroz, informou a SDS (Secretaria de Defesa Social) de Pernambuco, em nota. A Adeppe (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco) se manifestou em defesa do agente.

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