Trump coloca Brasil na rota do combate ao Hezbollah e aliados do Irã
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O governo de Donald Trump lança sua primeira ação de combate ao terrorismo na Tríplice Fronteira, oferecendo uma recompensa permanente de até US$ 10 milhões por informações que "levem ao rompimento dos mecanismos financeiros da organização terrorista Hezbollah", em especial no Brasil e região.
Fontes no governo brasileiro temem que essas ações possam representar o início de uma ofensiva de Trump na região, eventualmente adotando sanções. O foco é o financiamento de grupos ligados ao Irã que, nos últimos meses, passou a ser alvo de medidas da Casa Branca num esforço para asfixiar o regime de Teerã.
"Como parte dessa oferta de recompensa, o programa está buscando informações sobre as redes financeiras do Hezbollah na área na Tríplice Fronteira da Argentina, Brasil e Paraguai", diz o comunicado do Departamento de Estado.
Segundo eles, na região, "os financiadores e facilitadores do Hezbollah geram receita para a organização terrorista por meio de atividades ilícitas como lavagem de dinheiro, tráfico de narcóticos, contrabando de carvão vegetal e petróleo, comércio ilícito de diamantes, contrabando de itens como dinheiro, cigarros e artigos de luxo, falsificação de documentos e falsificação de dólares americanos".
"Eles também geram renda por meio de atividades comerciais em toda a América Latina, como construção, importação e exportação de mercadorias e venda de imóveis", disse.
Conforme o governo americano, o Hezbollah é uma "organização terrorista sediada no Líbano que recebe armas, treinamento e financiamento do Irã, que o Secretário de Estado designou como Estado patrocinador do terrorismo em 1984". "A organização gera cerca de US$ 1 bilhão por ano por meio de uma combinação de apoio financeiro direto do Irã, negócios e investimentos internacionais, redes de doadores, corrupção e atividades de lavagem de dinheiro", disse.
Flávio Bolsonaro falou de Hezbollah com enviado americano
O anúncio acontece uma semana depois que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) conversou com um enviado do governo Trump. No encontro, em Brasília, o filho do ex-presidente indiciado sugeriu a vinculação do PCC com o Hezbollah e defendeu a tese americana de que grupos criminosos brasileiros deveriam ser qualificados como entidades terroristas.
O governo brasileiro rejeitou a proposta dos EUA, temendo que a reclassificação abra espaço para eventuais sanções contra o país. Segundo a Casa Branca, recompensas podem ser oferecidas em troca de informações que levem à identificação e ao rompimento de organizações criminosas:
Uma fonte de receita para o Hezbollah ou seus principais mecanismos de facilitação financeira;
Doadores ou facilitadores financeiros do Hezbollah;
Instituições financeiras ou casas de câmbio que facilitem transações do Hezbollah;
Empresas ou investimentos de propriedade do Hezbollah; .
Empresas de fachada envolvidas na aquisição internacional de tecnologia de uso duplo em nome do Hezbollah; e
Esquemas criminosos envolvendo membros e apoiadores do Hezbollah que trazem benefícios financeiros ao Hezbollah.
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